Caricatura de José Sousa Uva desenhada por outro antigo aluno e professor das nossas escolas, Francisco Zambujal.
Poema de José Sousa Uva sujeito ao seguinte mote:
Mote
Nunca pode quem não ama
Dizer que goza algum bem,
Julga viver e não vive,
Julga ter alma e não tem.
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Chega a ser forte tortura
O beijar hoje uma dama,
Tolerar tanta pintura
Nunca pode quem não ama.
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Dá-se um beijo, vai-se a tinta,
Vejam lá que graça tem?!
Como pode quem se pinta
Dizer que goza algum bem?
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E quem rape as sobrancelhas,
Ou da face a cor avive,
Para amor, é como as velhas,
Julga viver e não vive.
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Caralinda ao natural,
Essa, sim que agrada bem.
Quem "batom usa, afinal,
Julga ter alma e não tem.
Retirada do blog BRACADAS de João Brito e Sousa, de uma crónica sua, onde recorda Poemas do Dr. Zé Uva:
LUA VELA....
Se da insónia o tormento
Me acutila o pensamento
Porque és nova, porque és bela,
Em noites de Lua Cheia
Só me consola esta ideia
É certo que a Lua vela.
Como eu, a triste Lua
Só tem luz que não é sua
Pois deixa-a de manhã cedo,
Não me deixes tu também
que a luz só de ti me vem
mas, louca, não tenhas medo...
Terás mais luz e mais brilho
Se o bom Deus nos der um filho,
Formoso como uma estrela.
Gostas de estrelas ainda?
Faz uma lua tão linda!
Vem conversar à janela..
Vem ver o Céu pois eu quero
Dizer a Deus quanto espero
Do meu filho, o meu brinquedo!
Se nos beijarmos com ânsia...
Isso não te importância
Que a Lua guarda segredo...
Biografia
Nasceu a 14 de agosto de 1890 em S. Brás de Alportel
Exerceu a atividade docente na Escola Tomás Cabreira onde lecionou "Noções de Comércio", "Direito Comercial e Economia Política"
Foi diretor da mesma escola
Poeta, repentista e compositor musical destacou-se na música tradicional algarvia, tendo composto o corridinho "Estão Verdes".
É o meu avô!
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