sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Rosa, José António Pinheiro e


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          Simples ermida curada em 1518, a igreja de Santa Bárbara de Nexe é muito mais antiga do que isso, pois apresenta alguns elementos góticos, como gótico é o precioso relicário da Padroeira. Por isso não repugna atribuir-lhe como época de construção a primeira metade do século XV. Claro que muitas modificações tem levado ao longo da sua existência.
         Vemos-lhe hoje uma frontaria simples, encimada por um frontão de fantasia terminado por cruz de ferro, tendo nas duas extremidades as estátuas da Caridade e da Esperança. Porta com ornatos laterais terminada por frontão triangular em cujo tímpano há um escudo com o símbolo iconográfico de Santa Bárbara (uma torre entre .duas palmas enlaçadas por uma fita onde se lê: Santa Bárbara de Nexe 1893). Evidentemente a data refere-se à construção da porta, porque a frontaria em geral e todo o exterior devem ter sido remodelados logo depois de 1763, visto que o Visitador desse ano manda que se concertem os alpendres da igreja, se alargassem as frestas e «que no óculo que fica por cima da porta principal se lhe pique o lavor do meio que impede a entrada da luz». Suspeito que ineptamente se mandou destruir alguma formosa rosácea... com a petrofobia característica daquele século. E o resto devem ter sido as reparações dos estragos do terremoto de 1755, em que a igreja «sofreu alguma ruína na frontaria, torre e uma das naves».
         Sobre o escudo da porta devia haver uma coroa que foi partida. Faz sequência à porta uma janela do mesmo gosto e, certamente, da mesma época.
À direita de quem olha, à face da fachada, fica a torre sineira, a qual tem frestas quadradas e é de quatro olhais. O seu primeiro corpo tem cunhais de cantaria. O segundo cunhais fingidos. O eirado é de cimalhas elevadas em semicírculo com fogaréus aos cantos. A cobertura é em cúpula terminada por um botão e catavento.
           Ao longo da fachada lateral esquerda, uma casa que serviu de residência paroquial. Nas traseiras há dois contrafortes antigos com suas gárgulas. Do outro lado, encostaram à igreja uma casa, que tira muito da graça ao grande adro.
          A porta lateral tem a data: 1805. Junto dela havia duas pedras sepulcrais. Dizia a primeira: «Aqui jaz Joaquim de Brito nasceu a 22 de Outubro de 1880 e faleceu a 25 de Abril de 1882. José de Brito nasceu a 21 de Novembro de 1881 e faleceu ... de 1882».
           Dizia a segunda: «Aqui jaz o jovem António ... ... Alves da Costa
nasceo a 24 de Janeiro de 1863 faleceu a 19 de Agosto de 1881».
         Estas pedras, pelo recente calcetamento, foram removidas para o cemitério.
        Nas paredes do Templo, várias cruzes de via-sacra, em pedra.

In A Igreja de Santa Bárbara de Nexe, página 3 e 4



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Biografia


 José António Pinheiro e Rosa foi professor na  escola Industrial e Comercial de Faro nos anos 60 e 70 do século XX. 

 Nasceu em Faro a 5 de Maio de 1908  e faleceu na mesma cidade em 2 de Janeiro de 1995.
Foi um religioso, compositor, professor e escritor português.
Estudou no Seminário Diocesano de Faro, tendo sido nomeado como presbítero em 1930. Continuou nesta instituição, onde ensinou durante alguns anos, tendo igualmente exercido como capelão da Misericórdia de Faro, e como chanceler da Câmara Eclesiástica.
Notabilizou-se como organista e compositor, tendo produzido várias músicas religiosas, e como estudioso da arte sacra no Algarve, tendo organizado várias exposições sobre este tema, destacando-se uma em Faro no âmbito das Comemorações Centenárias de 1940, e a Exposição do Escapulário, em 1951.
Passou posteriormente ao estado laical, tendo casado, com autorização do Papa Paulo VI, com Violina de Maria Marreiros, da qual teve dois filhos.
Participou em diversos congressos, destacando-se a sua intervenção no II Congresso Algarvio, em 1951. Como historiador, publicou vários livros, e colaborou, em seu nome ou com pseudónimos, na imprensa algarvia. Também exerceu como explicador, e ensinou no Colégio Gil Eanes, em Lagos, e na Escola Tomás Cabreira, em Faro.
Ocupou igualmente a posição de director dos Museus Municipais de Faro e da Biblioteca Municipal, tendo sido o responsável pela reorganização destas instituições, e fundou e dirigiu os Anais do Município de Faro.
        

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