segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Apresentação

Autores: Algarvios e/ou Autores Alunos e Antigos Alunos, Professores e antigos professores e funcionários das Escolas do Agr. Tomás Cabreira.

Apresentação do Concurso

Colabore na promoção e divulgação dos nossos poetas e escritores e ao mesmo tempo concorra a diversos prémios: 150 euros para o aluno primeiro classificado, livros e quebra-cabeças para os três primeiros classificados de cada um das seis escalões a concurso.

Para participar, basta ler  e enviar a gravação dos  áudios  para o mail contarte-aaaetc@agr-tc.pt. 
Caso as leituras sejam feitas em sala de aula, estas poderão ser enviados pelo professor.

Este concurso destina-se a toda comunidade: alunos e antigos alunos, professores e antigos professores e funcionários, pais e encarregados de educação.

Poetas e escritores  algarvios podem ser encontrados neste blogue ou  na  wikipédia de autores algarvios: wikialgarve.pt.

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Apresentação do Blogue

 Este é um blogue de promoção da leitura e de promoção e divulgação da memória coletiva da nossa comunidade.

      No âmbito do Projeto Cont'Arte, a Associação dos Antigos Alunos da Escola Tomás Cabreira (AAAETC) e as Bibliotecas do Agrupamento de Escolas Tomás Cabreira (AETC) lançaram este blogue de promoção da leitura e de divulgação de autores algarvios, entre os quais estão os Autores Cont'arte, que o são por terem passado, como alunos ou professores, pelos bancos das nossas muitas escolas, como entre outros, Carlos Lyster Franco, Mário Zambujal, Casimiro de Brito, Maria José Fraqueza, Amílcar Quaresma, Fernando Évora, Fernando Pessanha, Franklin Marques, Luís Campião, Maria Mattos, Pedro Inocêncio, Rosária Pacheco, Tóssam.

Colabore enviando textos  e poemas de autores que ainda não constem do blogue: contarte-aaaetc@agr-tc.pt 
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Brito, Casimiro de


Primeira Biografia 

Frente ao mar
 meu peito ardente e nu de marinheiro pelo sangue.

Nas veias o fervilhar feliz
 de um milhão de ondas devastadoras.

Nos meus olhos libertos e saudosos
espelhando a minha dor imensa
o abraço líquido que me une a ti
                       ó MAR
                        deus pagão de olhar luminoso e belo.

Recebe ó MAR
 este ribeiro de sofrimento que para ti corre
e contigo se confunde
                      ó MAR que eu amo
                      e a quem me ligo
                      pelo drama de não ser só teu ...

in Poemas da Solidão Imperfeita, página 13

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Noite por Ti Despida

Adulta é a noite onde cresce
o teu corpo azul. A claridade
que se dá em troca dos meus ombros
cansados. Reflexos
                                  coloridos. Amei
o amor. Amei-te meu amor sobre ervas
orvalhadas. Não eras tu porém
o fim dessa estrada
sem fim. Canto apenas (enquanto os álamos
amadurecem) a transparência, o caminho. A noite
por ti despida. Lume e perfume
do sol. Íntimo rumor do mundo.

in Solidão Imperfeita 



Biografia

Nasceu em 14 de janeiro de 1938 em Loulé, distrito de Faro. 
Viveu a sua infância na região algarvia, completando o Curso Geral do Comércio, na Escola Industrial e Comercial de Faro no início dos anos 50 do séc. XX.
Viveu em Londres em 1958
Emigrado na Alemanha em finais dos anos 1960
Estabeleceu-se em Lisboa em 1971, desempenhando funções no sector bancário.
Poeta, romancista, contista e ensaísta,tem cerca de 56 livros publicados, traduzidos em 26 idiomas.
Em 1956 criou no jornal A Voz de Loulé uma página literária designada Prisma de Cristal, que se publicou até 1959, num total de 26 números. Nela colaboraram, entre outros, Ramos Rosa, Gastão Cruz e Maria Rosa Colaço. 
De 1958 a 1964 dirigiu, em Faro, a colecção de poesia A Palavra na qual publicaram, entre outros, Fiama Hasse Pais Brandão, Luiza Neto Jorge e Candeias Nunes.
Em 1958, fundou e dirigiu com António Ramos Rosa os Cadernos do Meio-Dia (1958-60), onde se revelaram os poetas do movimento literário Poesia 61.
Foi vice-presidente da Associação Portuguesa de Escritores, 
Foi Presidente do P.E.N. Clube Português e Presidente da respectiva Assembleia Geral.
Foi nomeado consultor para a Europa da World Haiku Association, sediada em Tóquio.
É responsável pela colaboração portuguesa na revista internacional SertaColumba, Loreto13, Cadernos Outubro 
Editor-in-chief da Antologia de Literatura Mundial Diversity do P.E.N. Club Internacional 
Diretor da coleção Grito Claro.
Dedica-se hoje exclusivamente à escrita e continua a desenvolver uma intensa actividade como divulgador da poesia nacional e internacional.

PRÉMIOS RECEBIDOS (entre outros)

Grande Prémio de Poesia Associação Portuguesa de Escritores pelo livro Labyrinthus (1981),
Prémio Versília, de Viareggio, para a "Melhor Obra Completa Estrangeira", pela obra Ode & Ceia (1985), 
Prémio de Poesia do P.E.N. Clube, pelo livro Opus Affettuoso seguido de Última Núpcia (1997),
Prémio Internacional de Poesia Léopold Senghor (2002), 
Prémio de Poesia Aleramo-Luzi, para o Melhor Livro de Poesia Estrangeiro, com o Livro das Quedas (2004), 
Prémio de Melhor Poeta do Festival Internacional  Poeteka (anel de platina), na Albânia (2008).
Foi ainda nomeado embaixador mundial da Paz (ONG, Zurique)
Foi agraciado pelo Presidente da República Portuguesa com a Comenda da Ordem do Infante D. Henrique em 2008

BIBLIOGRAFIA


 

 Poemas da Solidão Imperfeita  (1957)
 69 Poemas de Amor (2008) 
Amar a Vida Inteira (terceiro volume do Livro das Quedas – poesia) 
Livro do Desejo.  (romance V.I)
Música Nua, Coisas de Ler, 2017.
Memória do Paraíso, Licorne, 2018.
Uma Lágrima que Cega, Razões Poéticas, 2018.
Alfa & Ómega, Razões Poéticas, 2019.
Euforia, Razões Poéticas, 2019.
Livro de Eros ou as Teias do Desejo, Razões Poéticas, 2020.
Nudez Luminosa, Licorne, 2020.

Pode ver uma biografia mais completa aqui 

Tóssan

 







Tal e coisa...

Quando ela me apareceu
vinha tal qual
como prometeu
E na intimidade
da solidão
ficamos enraizados
a trocarmos amor
E tal e coisa...
E coisa e tal...
Mais prá esquerda
mais prá direita
e continuamos
entre as fendas do silêncio
e porque tira e porque deixa
e tal e coisa e coisa e tal
ela já não dizia coisa com coisa
e eu tal e qual tal e coisa
tal como ela e eu tal qual

Amor descalço
(Dedicado à Manuela)

Ela ia minada de beleza
E eu, pé-ante-pé, seguia-a
como um íman preso
à memória que fica.
No entanto,
a indecisão se foi evaporando
até acender o meu espanto.
E para não me ouvir os passos
descalcei-me
E, descalço, ia no encantado encalço
do seu encanto.
De repente ela parou.
Fiquei mudo de atitudes!!!
E antes que eu falasse,
disse-me: Cale-se!
E eu calcei-me...

in, Tóssan: Versos côncavos e com versos

A girafa

A girafa,
girafa gira,
gira girafa girou
que de tão gira
a girafa
com este nome ficou!

O ananás

O ananás
começa pela ana
é uma mina
em vitaminas.
Quando o vão comer
perde o penacho.
Se o juntarem
com vários frutos
faz uma rica salada
de frutos
e desfrutas.

Camaleão

Lagarto pintado, 
lagarto tintão, 
lagarto pintado 
camaleão!...

Lagarto, lagarto, 
politiqueiro,
está sempre à coca
lá no coqueiro...

Muda de cor
quando convém, 
lagarto que vai, 
lagarto que vem...


in: Tóssan: Lógica zoológica, Frutos e desfrutos,  Animalia, Contos e descontos


O Sol e a Lua de Tóssan lido por por Ana F.
Pode ouvir mais autores num site wix de divulgação de autores algarvios, elaborado por  Ana F. e Catarina L. e que pode ver aqui: al1234.wisite.com/1234



Biografia

António Fernando dos Santos, mais conhecido por Tóssan nasceu em Vila Real de Santo António, 1918 - e faleceu em  Lisboa, 1991.
Pintor, ilustrador, caricaturista, cenógrafo, decorador, gráfico, poeta.
Foi o autor do logotipo da Universidade do Algarve.
Pertenceu, desde 1947, ao Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra (TEUC), onde foi cenógrafo e caracterizador.
A sua primeira obra como ilustrador foi a capa do livro «O Teatro dos Estudantes de Coimbra no Brasil».
Entre 1961 e 1964, orientou os trabalhos gráficos da Embaixada do Brasil em Lisboa, cuja Biblioteca Sala Brasil decorou.
Na imprensa, foi um dos criadores do suplemento juvenil do Diário de Lisboa e colaborador do jornal humorístico O Bisnau.
Foi o autor do cartão da tapeçaria do salão nobre da Procuradoria-Geral da República, em Lisboa.


Bibliografia

Fraqueza, Maria José













Sou do Sul. 



Sou do Sul, dum cantinho à beira-mar
Trago nas mãos as ondas uma a uma...
Dentro de mim o mar que se avoluma
No meu coração um lenço a acenar!

Sou do Algarve, das lendas belas
Da terra mais quente junto ao mar
Daqui donde partiram caravelas
Na rota constante do sonhar!

Eu sou do sul que cheira a maresia
Sou filha deste mar, do céu azul
Sou gaivota branca sobre a Ria...
Sou ave migratória rumo ao Sul!

Serei sempre do Mar eterna amante
Sou dum cantinho com o mar a seus pés
Vivo na aldeia branca onde um navegante
Se enfeitou com a graça das marés...

Nasci junto ao mar em terra sulina,
Que espreita dum mirante - o alto mar
O mar vive em mim e me domina
Na ânsia de partir e regressar!

Trago sempre o mar em ondulação
Dentro do meu peito que se agita...
Eu sou do Sul e o mar é meu irmão
Porque ele a toda a hora em mim palpita (...)


Saudades de Minha Terra

Do alto da tua torre
Como é lindo o mar que se espraia
Na praia!...
Fuzeta! Meu Rio Oeta! 
Saudades da tua foz!
Nas águas mansas do teu rio
Cantaram sereias ao desafio 
Nas águas do teu Olheiro 
Que iam nossas avós
É um sonhar de ilusões! 
Passaram tantas gerações!
Na página do teu diário
Decorrido um centenário 
Escrevo-te esta missiva 
Fazendo uma retrospectiva 
De minhas recordações 
Soaram teus "carrilhões" 
Carpindo a tua sina
Fuzeta velhinha!
Igreja menina!
Como eram belos os pregões 
Da Tia Estina
Oh! que saudade!
Fuzetenses bem ufanos
Recordai a mocidade! 
Recordai o "Pai Andrade" 
Com suas belas cantigas 
Que cantava às raparigas 
No seu jeito de versar
À sua noiva do mar! 
Para aliviar a mágoa,
Recordai o "Zé da Água"
Que levava a água aos "altares"
Água das águas dos mares
Maresia de água benta 
Água de poços e abismos 
Água benta dos baptismos 
Minha Fuzeta Velhinha! 
Tu tiveste teus heróis
Na pesca e seus anzóis 
Como o Chico Larencinha 
Ali, pertinho de ti, 
Oh! Minha igreja branquinha!
Estão glórias do passado 
Naquele lugar sagrado 
Tu és o maior monumento 
Escrito na palavra sentimento 
És o mais belo mosteiro!
Cabe nele, o meu amor verdadeiro.

(Menção honrosa nos Jogos Florais de N. S. do Carmo Fuzeta — 1986) 

in Histórias da Minha Terra,  páginas 93 e 94

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Maria José Fraqueza foi aluna nas Escola Serpa Pinto e Industrial e Comercial de Faro (EICF) na primeira metade dos anos 50 do século XX e alguns anos depois, nos finais dos anos  60 do século XX, foi professora da mesma escola.

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Notas Biográficas

Maria José Viegas da Conceição Fraqueza, nasceu na Fuzeta em 8 de Maio de 1936.
Atualmente, é professora [aposentada] de Secretariado, na Escola C+S Dr. João Lúcio — Olhão. Passou por diversas escolas, onde desenvolveu núcleos de teatro amador, poesia, canto, etc., nomeadamente em: Almada, Estremoz, Faro [foi professora da Escola Industrial e Comercial de Faro nos finais dos anos  60 do século XX] Vila Real de Santo António e Olhão. Praticamente, toda a sua vida tem sido centrada nos seus alunos e na sua atividade profissional, dedicando parte da sua obra poética a estes, vivendo apenas na "poesia" para o seu "pequeno-grande Mundo" —as escolas, por onde passou, onde revelou sempre a sua "espontaneidade de poetisa repentista" — disso, constatam alunos e colegas que lidaram com a poetisa de perto.
Em 1985, começou a concorrer a Jogos Florais, tendo, a partir daquela data, obtido alguns prémios, que a tornaram mais conhecida. Mas, foi precisamente através da Rádio Lagoa e graças a Edmundo Falé, que passou a ser conhecida de "um público mais numeroso" e a desenterrar a "poesia adormecida na gaveta".
A poesia sentimento centrada no amor à sua terra, aos seus amigos e familiares, é um lado apaixonante da poetisa. Gosta, sobretudo, de transmitir alegria ou conforto aos outros, daí a razão de ser, dos seus versos, da sua poesia realista, por vezes, "picante", com extraordinário sentido de "humor" variado o seu "estilo de  versejar". Contudo, a poesia narrativa é uma característica dominante e original do seu trabalho.
Daí, a razão de ser da sua opção.


Adaptação da contracapa do livro Histórias da Minha Terra publicado em janeiro de 1989





Dedicatória da autora no livro Histórias da Minha Terra

Sobre a obra desta Autora Cont'Arte e o seu valor, é importante reler  as palavras do Dr. Joaquim Magalhães, outro importante Autor Cont'Arte,  reconhecido precisamente pelo seu apoio à literatura popular, no Prefácio do livro  Murmúrios do Mar  onde,  reconhecendo o valor da obra  também traduz o espírito do nosso concurso de audioleitura   quase... como se fosse uma profecia...

Luz Verde e Bandeira Azul



Inicia assim o seu «Murmúrio»... o Exm° Sr. Dr. Joaquim Magalhães...

(...)
Curiosamente a autora destes «Murmúrios do Mar», agora em vias de continuação das «Histórias da Minha Terra» que foi edição da Associação dos Poetas Populares do Alentejo e Algarve, acompanha a linha desses espontâneos, mas com uma formação académica e aspirações pessoais mais alargadas.
Lendo, como devem ser lidos, estes «Murmúrios do Mar», em voz alta, mas não tanto que se atraiçoe o título, os leitores se aperceberão de que Maria José Fraqueza insiste nesta segunda obra num género literário, digamos, consagrado noutros tempos, mas muito menos usado, hoje em dia. Refiro-me ao soneto, forma de cerca de metade das composições do livro. Não direi que o rigor da métrica seja sempre perfeito, mas registo o impulso lírico espontâneo de sinceridade, de que, naturalmente nos apercebemos na tal leitura em voz alta, que, outra vez, se recomenda. E, quando assim lemos, vamos entendendo que não é o metro rigoroso a medida exacta da espontaneidade da escrita.
E quem assim se apresenta sem pretensões merece uma saudação amigável e amiga que, pelo que me toca, não só não regateio, como o faço com muita simpatia e recomendo com a maior sinceridade.
Escutem, de alma e coração abertos, estes «Murmúrios do Mar» e leiam-se os sonetos e demais poemas do volume como canções para uma construção de castelos da poesia à beira-mar, deste mar do Algarve, apanhado em «murmúrios».
E fica assim mais alargada a obra de Maria José Fraqueza.
Depois das «Histórias da Minha Terra» ia quase a dizer, histórias «ou murmúrios do meu mar». Também merecem luz verde e bandeira azul.

17 de outubro de 1989

Dr. Joaquim Magalhães

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E porque este blogue é de Autores Cont'Arte, a prefaciar outro livro de Mª  José Fraqueza "No Tempo da Mana Anica" encontra-se um texto do Dr. Honorato Ricardo, outro ilustre estudante e professor da nossa escola, que pela sua raridade passamos a transcrever:

PREFÁCIO 
A Escola Básica 2, 3/S Dr. João Lúcio, ... na sua função pedagógica e altamente meritória de promover a cultura entre as populações do meio onde exerce a sua actividade, dirigiu convite para que se escrevesse um livro cuja publicação patrocinaria e que motivasse os amantes das letras. 
Indo ao encontro desta nobre missão, porque também ela professora, Maria José Fraqueza, a grande poetisa fusetense, aceitou o convite e entregou-se, com paixão, à obra agora presente. Retrata um passado, não distante, das gentes da Fuseta, com motivos que despertam o maior interesse. 
Cabe-me ao prefaciar o Livro, dizer dele o resultado de uma apreciação criteriosa e sincera, faço-o de boa vontade e com alegria, porque contactar com este passado recente da Fuseta, de que alguns fusetenses, com mais idade recordam, é reviver o brilhante património cultural e humano desta linda vila, onde me radiquei e desde sempre aprendi a amar. 
No Tempo da Mana Anica é o título sugestivo do Livro de Contos referido. Por ele perpassam a nostalgia e a saudade dos belos tempos em que decorre a sua acção. Misto de lenda e da história, os factos aí narrados dão-nos a vivência da época com todo o brilho e colorido porque a autora apresenta cada episódio e cada capítulo com muita leveza e autenticidade. Usa uma linguagem clara e real que nos aproxima desse passado: «Fóquim no braço e botas rangedêras regressam ao mar» diz, referindo-se aos bravos pescadores da Fuseta. 
A autora estruturou a sua obra dividindo-a em seis capítulos que são outros tantos episódios onde fala na gente do mar, dos seus usos e dos seus costumes. Nunca perdeu de vista a unidade da obra nessa figura mítica e emblemática criada na imaginação popular - a Mana Anica
Em quadros arrancados à própria vida e num estudo aprofundado que faria inveja à Antropologia, a autora refere: «mulheres fazendo malha», «mulheres fazendo empreita, ...os cântaros à cabeça», «a caiadeira», «o aguadeiro» e outros mais. Refere as figuras típicas da época e anota lugares e episódios que a história não pode esquecer: «o poço», «o olheiro», «as cadeiras de tábua», «as pragas», «os moínhos de maré». Diversidade e riqueza que só a leitura nos pode dar: 
Obra pedagógica que se enquadra nos programas escolares da Área Escola, o seu conteúdo permite um vasto campo de pesquisas e apresenta o Povo da Fuseta com um humanismo evidente. A parte histórica e séria, que não foi esquecida, dá o querer das gentes desta terra e personifica, de forma notável a Fuseta. As notas explicativas, que a autora apresenta, no final da obra, tornam-se necessárias à compreensão do evoluir das populações fusetenses: «O burguel», «Os olheiros», «As golpelhas», são marcos da história desta terra e tão caras a quem demandava a longínqua Terra Nova na procura do «fiel amigo»
É nesta matriz cultural que nos encontramos, enquanto memória colectiva de um povo que procurou no mar a razão da sua existência. A autora utilizou uma linguagem em desuso, marcadamente de sabor popular, porque, intencionalmente, nos quis aproximar dos ambiente e vivências de outra época. 
Obra de estudo e de reflexão, numa abordagem social que engloba um riquíssimo quadro de valores humanos, prima por aspectos essencialmente descritivos, mas não deixa de parte belos aspectos narrados onde as personagens são elementos do povo, essa Anica. 
Maria José Fraqueza, a autora dos contos  No tempo da Mana Anica tem-nos dado alguns livros de poesia ena quase totalidade, dedicados à sua terra. É no seguimento dos seus poemas, onde revela o muito amor pela Fuseta e pelas suas gentes, que escreve o Livro que agora vai publicar,em colaboração com a Escola onde trabalha. É um livro de prosa, de afirmação, da história e da lenda do seu povo. De mensagem clara: amar a terra e amar as suas gentes. E fá-lo, duma forma simples, para as recordar, para as sentir, palpitantes de vida. E põe na boca das personagens as falas de outrora, a forma como se  exprimiam. É como se estivessem vivas, como se o tempo tivesse parado. 
E recorda a sua Escola, brilhante pólo de desenvolvimento cultural. Recorda-a na sua dedicatória e quase introdução: "A Escola é uma alavanca,  capaz de elevar o mundo». É uma crente fervorosa e cheia de esperança, desse desenvolvimento à sua volta. E dá  o seu contributo de forma abnrgada e generosamente. 
As ilustrações enquadram-se, perfeitamente, no conteúdo e na mensagem da obra deixada pela autora. Revelam sensibilidade e poder criativo. Também elas retratam a Fuseta e à dimensão  do seu passado.Outro produto feliz da Escola Dr: João Lúcio nas pessoas dos seus alunos.
 A leitura é atraente e sugestiva.Aos interessados leitores cabe a escolha.  A certeza é a de que os contos de No Tempo da Mana Anica nos transportam a um passado recriado e vivido nestas páginas de Maria José Fraqueza.
Fuseta, 24.5.94    
 






Afonso, José [Zeca]










No céu cinzento sob o astro mudo
Batendo as asas pela noite calada
Vêm em bandos com pés de veludo
Chupar o sangue fresco da manada

Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia as portas à chegada
Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada [bis]

A toda a parte chegam os vampiros
Poisam nos prédios poisam nas calçadas
Trazem no ventre despojos antigos
Mas nada os prende às vidas acabadas

São os mordomos do universo todo
Senhores à força mandadores sem lei
Enchem as tulhas bebem vinho novo
Dançam a ronda no pinhal do rei

Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada [bis]

No chão do medo tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos na noite abafada
Jazem nos fossos vítimas dum credo
E não se esgota o sangue da manada

Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia as portas à chegada
Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada [bis]

Eles comem tudo eles comem tudo
Eles comem tudo e não deixam nada [bis][bis]

Os Vampiros
José Afonso


Ó minha mãe minha mãe
Ó minha mãe minha amada [Bis]
Quem tem uma mãe tem tudo
Quem não tem mãe não tem nada [Bis]

Quem não tem mãe não tem nada
Quem a perde é pobrezinho
Quem não tem mãe não tem nada
Quem a perde é pobrezinho [Bis]
Ó minha mãe minha mãe
Onde estás que estou sozinho
Estou sozinho no mar largo
Sem medo à noite cerrada [Bis]
Ó minha mãe minha mãe
Ó minha mãe minha amada

Minha Mãe
José Afonso


Zeca Reinventado
Oiça o novo Fura Fura por alunos e professores de Artes do Espetáculo - Interpretação da nossa Escola Secundária.


Veio lá da terra
Um homem
Tentar a ventura
Põe a roupa
Na maleta
Lá vai de abalada
Não pensa em voltar
Faz como a formiga
Fura fura
Fura sem parar
Pela estrada fora
Era já
Meia-noite
Só cães a ladrar
A chuva na terra
O vento no mar
Um velho voltou
E disse-me adeus
Cantando e dançando
Debaixo do céu
"Que é pena, que é mágoa
Que uma ave de penas
Não possa voar"
Às vezes
Não tenho jeito
P'ra falar de amigos
Meu amigo
Passageiro
Dá-me o teu capote
Para me abrigar
Vai num barco à vela
Numa aduela
Vai fazer-se ao mar
Passaram-se os dias
Dias da
Vida dum cavalo
A galopar
E o homem a andar
E o homem a andar
Um velho voltou
E disse-me adeus
Cantando e dançando
Debaixo do céu
"Que é pena, que é mágoa
Que uma ave de penas
Não possa voar"


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José Afonso foi (é) um dos maiores vultos de Portugal (do século XX) e foi professor da nossa Escola Industrial e Comercial de Faro, em 1958/59 e no início dos anos 60 do século XX.


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Notas biográficas


José Manuel Cerqueira Afonso dos Santos (ZECA AFONSO) nasceu em Aveiro, a 2 de Agosto de 1929, filho dum magistrado e duma professora primária. A infância reparte-se entre Aveiro, Angola, Moçambique, Belmonte e Coimbra, devido às sucessivas deslocações profissionais do pai.

Em Coimbra, estudante do Liceu D. João III, conhece o guitarrista António Portugal e começa a interessar-se pela música. Em fins da década de 40, já aluno de Ciências Histórico-Filosóficas da Faculdade de Letras de Coimbra, destaca-se, à semelhança do irmão, como cantor de fados. Conhece o mestre guitarrista Flávio Rodrigues e a cantadeira popular Cristina Matos.

Casa pela primeira vez em 1950, com Maria Amália, de quem tem dois filhos, José Manuel e Helena. As dificuldades económicas levam-no a trabalhar como revisor no «Diário de Coimbra». Em 1953 grava os primeiros discos (de 78 rpm), com «Fado das Águias» e outras canções, o que voltou a acontecer em 1956 (já em discos de 45 rpm). Em 1958 viaja com a Tuna Académica até Angola, numa viagem que repetirá, dois anos depois, com o Orfeon Académico. Em 1960 grava a «Balada de Outono» e, depois, de modo irregular vai gravando alguns discos de pequeno formato (EP), até 1964, ano em que, já casado com Zélia, parte para Moçambique. Os filhos de ambos, Joana e Pedro, nascerão nos anos seguintes.

Pelo caminho deixa o serviço militar cumprido em Mafra (entre 1953 e 1955), onde se distinguiu pela sua permanente distração e incapacidade para dar ordens e uma experiência de professor do ensino secundário iniciada em 1956 e que o levou a diversos liceus e colégios de Mangualde, Aljustrel, Lagos, Faro e Alcobaça.

É ainda como mestre-escola que regressa a África em 1964, experiência que se revelará fundamental na sua formação política. Na Beira, colabora com o Teatro Experimental e escreve a música para a peça «E Excepção e a Regra», de Brecht. Volta a Portugal em 1967, ano em que é pela primeira vez editado em «long playing» (33 rpm)  «Baladas e Canções», historicamente o seu primeiro álbum, que recolhe gravações anteriores à sua partida para Moçambique e editadas em vários EPs.

Expulso do ensino por razões políticas, dedica-se mais assiduamente à música e inicia um período de gravações regulares com «Cantares do Andarilho» (1968). No ano seguinte grava «Contos Velhos Rumos Novos» e, em 1970, publica «Traz outro Amigo Também» e visita Cuba. No ano seguinte edita «Cantigas do Maio», e tudo passa a ser como era na música portuguesa. Aliás, 71 é um ano de luxo para a música portuguesa: Sérgio Godinho grava «Os Sobreviventes», Adriano Correia de Oliveira edita «Gente de Aqui e de Agora», José Mário Branco publica «Mudam-se os Tempos Mudam-se as Vontades», Luís Cília vê sair em França o terceiro álbum da série «A Poesia Portuguesa de Hoje e de Sempre». Ainda nesse ano recebe o terceiro prémio consecutivo da Casa da Imprensa pelo melhor disco.

Em 1972 canta pela primeira vez na Galiza e participa no Festival Internacional da Canção do Rio de Janeiro, onde apresenta o tema «A Morte Saiu à Rua», dedicado ao pintor José Dias Coelho, assassinado pela Pide. Edita «Eu Vou Ser Como a Toupeira».

Participa activamente no III Congresso da Oposição Democrática, em Aveiro, em Março de 1973 (onde estreia em público «O Que Faz Falta») e envolve-se na acção politica com grupos de vários sectores da Esquerda, desde o PCP à LUAR. Publica «Venham mais Cinco» (73).

Em 29 de Março de 1974 participa no Encontro da Canção, no Coliseu dos Recreios, onde a censura não lhe permite cantar mais do que duas canções: «Milho Verde» e «Grândola Vila Morena». Menos de um mês depois, a 25 de Abril, esta era a senha do Movimento das Forças Armadas para o início da que ficaria para a história com o nome único de Revolução dos Cravos.

Ainda em 1974 faz sair «Coro dos Tribunais», mas só voltará a publicar em 1976  «Com As Minhas Tamanquinhas». Nesses meses («essa coisa magnifica que foi o PREC»), percorre o país de ponta a ponta, num sem fim de «sessões», «acções de dinamização», «campanhas de alfabetização». Grava um disco em Itália de apoio à luta do jornal «República» e outro para a LUAR «Viva o Poder Popular» / «Foi Na Cidade do Sado», ganha o Prémio Internacional de Folklore da Academia Fonográfica alemã (1976). Apoia as candidaturas à Presidência da República de Otelo Saraiva de Carvalho (1976 e 1980) e Maria de Lurdes Pintasilgo (1985). Grava «Enquanto Há Força» (77), «Fura Fura» (79), «Baladas de Coimbra e Outras Canções» (81).

Em 1982 visita Moçambique e é recebido pelo Presidente Samora Machel com honras semelhantes às de um chefe de Estado. É-lhe diagnosticada uma doença incurável (esclerose lateral amiotrópica) que se caracteriza pela destruição lenta e progressiva do tecido muscular. Viaja pela Roménia, Inglaterra e Estados Unidos, em busca de uma solução.

Em 1983 realiza os últimos espectáculos, nos coliseus de Lisboa e Porto. Publica o disco «Ao Vivo no Coliseu» e um belíssimo LP de originais, «Como Se Fora Seu Filho». Um ano depois, recebe dos doze participantes no Concerto pela Paz e Não Intervenção na América Central, realizado em Manágua, uma das mais significativas homenagens: uma mensagem assinada, entre outros, por Pete Seeger, Chico Buarque, Carlos Mejía Godoy, Sílvio Rodriguez, Daniel Viglietti, Isabel Parra e Amparo Ochoa. Nesse mesmo ano foi editado o livro "As Voltas de um Andarilho", de Viriato Teles, uma extensa reportagem sobre a vida e a obra de Zeca. Em 1984, José António Salvador publica "Livra-te do Medo", um outro trabalho biográfico sobre o poeta-cantor - reeditado em 1994 em nova versão, mais ilustrada, com o título "José Afonso - O Rosto da Utopia".

Em 1985 publica o derradeiro disco, «Galinhas do Mato», onde já só dá voz a dois dos temas. Os restantes têm interpretações de Janita Salomé, Helena Vieira, Luís Represas, Né Ladeiras e José Mário Branco. Morre, no hospital de Setúbal, na madrugada de 23 de Fevereiro de 1987.

Uma segunda edição (muito) aumentada de "As Voltas de um Andarilho" foi publicada em Novembro de 1999 pela Editora Ulmeiro. Este novo livro inclui um prefácio de Sérgio Godinho, intitulado "A que distância está o Zeca?", e uma crónica de Fernando Assis Pacheco, "Só me calham Dukes".

in Wikipédia


Leal, João


 João Francisco Manjua Leal

"Mais do que uma barreira natural separatista, o Guadiana (que o sempre lembrado José Barão nos legou esse gesto tão prenhe de significado de percorrer desde o seu nascimento num aprazível local a 1700 metros na Lagoa da Ruidera, na província espanhola de alicante até à foz, na Terra Mãe da pombalina Vila Real de Santo António) tem que constituir, mormente nestes tempos de crise global, o “Rio Jordão” de uma cooperação multirregional e de lançamento de iniciativas e realizações que possam ter impacto à escala universal, como sucedeu nos séculos XV e XVI.
Vem isto a propósito do desconhecimento existente entre os povos vizinhos e amigos, algarvios e andaluzes, por vezes unidos por secular laços familiares e tantos outros e que a Ponte Internacional, com tantos anos de atraso, veio concretizar no seu betão e na funcionalidade, desde o ano de 1992, a quando da Exposição Universal de Sevilha, na assinalada comemorações do V Centenário do Descobrimento das Américas.

"Tão perto e tão distantes" (excerto) de artigo de João Leal no Jornal do Algarve

Notas biográficas

Nasceu em Faro, em 1937.
 Foi aluno nas escolas "Serpa Pinto" e "Industrial e Comercial de Faro" / Escola Secundária de Tomás Cabreira, no final dos anos 40 e nos anos 50 do século XX.
Diretor e professor da Escola de S.Luís
Diretor e professor da Escola da Fuzeta (anos 60/70 do séc.XX)
Professor de jornalismo no Liceu de Faro
Fundador da Região de Turismo do Algarve 
Assessor do Governo civil de Faro.

 É um dos mais conceituados jornalistas algarvios. Começou há mais de seis décadas, tendo colaborado em muitas publicações da impressa escrita, regional e nacional, e também em algumas rádios. Trabalhou pelo prestígio do seu Algarve quando exerceu funções na Região de Turismo do Algarve e no Governo Civil de Faro. 

Pacheco, Rosária



Silêncios. Abraços.  E momentos...

Existem silêncios que falam
e olhares que nos tocam.
Existem carícias que saram as feridas
e abraços que nos protegem do mundo.

Existem silêncios cheios de vida
e olhares que nos despertam por dentro.
Existem carícias que nos fazem renascer
e abraços que nos agasalham e fortalecem.

E existem momentos que nos apaziguam o
corpo e a alma.



Lido por Sara, 


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Um olhar


Ainda te lembras do dia em que nos
conhecemos? Foi apenas um olhar. Um olhar
que tudo mudou. Ali à beira-mar. À beira-mar
desta que passou a ser a nossa praia. Ainda
me recordo como se fosse hoje. E tu, ainda te
recordas desse dia? A resposta foi-lhe dada
através de um momento feito de silêncio.
Olhou para o seu lado direito. Apenas um
espaço vazio. E uma vez mais a vida chamou de
volta a sua memória. Ela partira. Partira numa
manhã fria de Inverno. O último inverno já não
estava a seu lado. Ou será que ainda estava?

                                                __________________________

                                                          
                                                         Os anos passam...

Os anos passam. Com eles vai crescendo a nossa 
sabedoria de vida. Aprendemos a preencher o
nosso tempo com aqueles momentos dourados 
que não queremos esquecer. Aprendemos a 
valorizar quem nos estima e a esquecer quem 
nos ignora. Procuramos viver de acordo com a 
nossa paz interior. A nossa capacidade de amar 
aumenta. Torna-se mais paciente e persistente. 
Amamos com mais serenidade e profundidade. 
Em suma, aprendemos a pintar as folhas 
do livro da nossa vida com a cor dourada da 
experiência que a maturidade nos transmite.

                                             __________________________
    
                                                               
                                                            Quero...

Quero que os meus dias sejam verdadeiros, palpáveis.
Quero sentir as horas a passarem pelos meus dedos.
Quero tocar em cada minuto como se fosse o único,
e a cada segundo que passa, quero senti-lo como se fosse o último.



Quero que as minhas horas sejam completas, afagáveis. 
Quero sentir a urgência do amor a cada momento. 
Quero tocar em tudo o que me rodeia com intensidade,
e a cada dia que passa, quero dar-lhe o sabor da eternidade.



                                                 
                                                      ____________________

Notas Biográficas:

Rosária Pacheco é professora nas escolas Joaquim Magalhães e Tomás Cabreira do nosso agrupamento.

           Rosária Pacheco nasceu em Seine-Saint-Denis (Saint-Ouen), Paris, a 29 de Novembro de 1970. De nacionalidade portuguesa, regressou a Portugal com cinco anos. Desde então reside em Faro, cidade berço dos seus pais.
            Licenciou-se em História pela Universidade Aberta. Atraída pelo lado mais espiritual da vida, fez formação na Área das Ciências Religiosas e profissionalizou-se pela Universidade Católica de Lisboa. Apaixonada pelo ensino, obteve o grau de Mestre em Ciências da Educação e da Formação pela Universidade do Algarve. Possui ainda formação na área da Fotografia pela ALFA - Associação Livre de Fotógrafos do Algarve.
          Desde cedo se interessou pela simplicidade e beleza da vida e da natureza. Desta sensibilidade brotou em si o amor pelas letras e pelas imagens, mas só agora se aventurou a partilhar a sua primeira Obra.
            Instantes Ilustrados é o reflexo mais puro da forma como a autora vê e sente tudo o que 
a rodeia. Cada momento que vive é sentido com todo o seu ser que se revela em cada página deste livro.

In Instantes Ilustrados, 2ª aba

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Bibliografia:

Instantes Ilustrados, 2019:


Sinopse:

"No início desta minha aventura literária, questionei-me se o meu livro algum dia conseguiria voar para as mãos de um leitor. Esta questão ainda permanece no meu interior, embora permaneça acompanhada de uma grande dose de optimismo e confiança. Se te recordas, meu querido leitor, também no início desta aventura, escrevi que te imaginava a ler o meu livro, e que só de imaginar-te já me sentia feliz. Esta imagem de felicidade mantém-se na esperança de se tornar realidade.

Se estás a ler esta contracapa é porque o Instantes Ilustrados já iniciou o seu voo e quis poisar nas tuas mãos. Não tenhas medo. Aventura-te na sua leitura. Ler as suas páginas é como embarcar numa viagem que nos convida a entrar em cada instante da vida que a autora captou e interpretou. Encontrarás um pouco de cada um de nós ao longo da tua leitura. Instantes Ilustrados é um livro para se ler e para se ver. Um livro em que a distância entre a autora e o leitor, a determinada altura, se dilui para dar início a uma verdadeira amizade, celebrada com a vida que os une."

in Instantes Ilustrados, contracapa

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Fotografias:

- Reproduzimos uma das fotografias de de RP, que pode ver maior e com mais qualidade no seu [ Blogue de Fotografia. E a primeira fotografia desta página é também do blogue] de RP.




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