Aniversário
Eu sei – fazes 18 anos,
Ai que bonita idade,
Quero oferecer-te uma prenda,
Vou levar-te à cidade.
Mas que prenda te darei?
Que oferecer-te poderei?
Que seja do teu agrado?
Ah já sei,
Ofereço-te uma flor;
Uma dália, uma violeta,
Calha contigo, que és simples,
E modesta também,
Que és bela como ninguém;
Mas, não! Não o farei!
Ofereço-te antes uma safira,
Azul, tão azul como o céu,
Nela poderás apreciar,
A beleza e o azul do mar.
Mas não, não é preciso,
Ofereço-te só um sorriso,
Querida irmã!
E mais te faço:
Recebe um abraço!
Sê feliz!
in Ventos do Sul, páginas 105,106
Naquele dia
Naquele dia violento,
Rebentaram tempestades,
E destravou-se o vento;
E o céu escureceu,
Ribombavam os trovões,
Estava escuro como breu;
Os raios caíam na terra,
Num fragor diabólico,
Parecia começada a guerra;
Incendiaram-se as montanhas,
E os vulcões enfurecidos,
Reviravam suas entranhas;
Os cães andavam perdidos,
Pelas ruas desorientados,
Dando lúgubres latidos;
As casas estavam fechadas,
As janelas trancadas,
Dentro pessoas apavoradas,
Com fervor e fé rezavam,
Para esconder o medo,
Única saída que encontravam;
As mães os filhos apertavam,
E palavras lhes diziam,
E assim os confortavam ;
Muitas pessoas pereceram,
Pelo menos é o que se diz.
Ou nunca mais apareceram;
Os transportes pararam,
Parecia suspensa a existência,
Até que todos notaram,
Surgiu uma claridade no céu,
E num estrondo colossal,
O astro sol reapareceu.
Os abismos sossegaram ,
Restabeleceu-se a vida,
A Paz e o Amor voltaram!
in Ventos do Sul páginas 28,29
Notas Biográficas
Manuel Inocêncio da Costa, conhecido advogado da nossa cidade, foi professor do ensino Secundário na Escola Comercial e Industrial de Faro.
Associado Costeleta e escritor.
Bibliografia
Ventos do Sul, em Março de 2010
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