terça-feira, 9 de novembro de 2021

Américo José Nunes da Costa


Natural de Tancos, freguesia de Paio de Pele, concelho de Barquinha  (14 de Maio de 1921),

 Licenciou-se em Educação Física 

Foi professor do quadro da Disciplina de Educação Física nas Escola Técnica Elementar Serpa Pinto  desde 26 de maio de 1949 até 31 de Dezembro de 1952 e de 1 de Janeiro de 1953 até 30 de Setembro de 1956 na Escola Industrial e Comercial de Faro , como consta do Registo Biográfico do seu Processo Individual, guardado no Arquivo Do Agrupamento das Escolas Tomás Cabreira.

Depois disso desempenhou funções em Lisboa, mas nunca esqueceu a sua cidade e os seus colegas. Foi mesmo o grande impulsionador da formação da Associação dos Antigos Alunos da Escola Tomás Cabreira.

Assim, no dia 2 de Abril de 1991, na Casa do Algarve, em Lisboa, perante o Notário do 11º Cartório Notarial daquela cidade, subscreveram a Escritura Pública de constituição da Associação os 5 membros da Comissão Instaladora sendo ele o nº 1. 

 lista completa da referida Associação pode ser consultada no seguinte link:

http://www.agr-tc.pt/sitesantigos/aaaetc/direccao.html 

Teve mesmo a honra de ser proposto por vários associados e  aprovado por unanimidade e aclamação que o Sócio Nº 1 Américo José Nunes da Costa seria designado:

PRIMEIRO SÓCIO HONORÁRIO DA ASSOCIAÇÃO


As suas características humanas e pedagógicas estão sublinhadas na crónica de João Leal que pode ler no seguinte link: https://jornaldoalgarve.pt/cronica-de-faro-no-centenario-do-professor-americo/ Crónica de Faro: No centenário do professor Américo.






Como também aí é referido vai realizar-se este ano  o idealizado programa da comemoração centenária do Professor Américo, com a Direcção da AAAETC, presidida pelo dinâmico Florêncio Vargues com a abertura de um espaço na Biblioteca da Escola Sede do Agrupamento, que lhe é dedicado e onde figura o espólio pelos seus filhos doados ao organismo associativo dos «costeletas».



Para destacar a acção do Professor Américo,vamos socorrer-nos das referências feitas pelo inesquecível Franklin Marques no "discursinho rimado" em 1994:

 

E, com todo aquele afecto

que se tem por quem se gosta,

lembrar o nome dilecto 

d'Américo Nunes da Costa.

Porque afinal, e em verdade,

a nossa Associação

nasceu da tenacidade,

do querer e da vontade

deste homem de excepção

 In:http://costeletasfaro.blogspot.com/2009/04/

 




Andreia Vale






















RESVÉS CAMPO DE OURIQUE

Que expressão usa quando quer dizer que estacionou o carro mesmo à tangente? Ou que entregou um trabalho mesmo, mesmo à justa, em cima do prazo? Ou quando alguma coisa nos corre bem, mas foi por um triz? Claro está, foi mesmo, mesmo resvés Campo de Ourique. Mas saberemos o que quer dizer?
Para esta expressão, há mais do que uma explicação. A mais conhecida encontra justificação no terramoto de Lisboa, a 1 de Novembro de 1755. Naquela manhã, o terrível sismo que abalou a capital provocou um maremoto de tal dimensão que terá chegado perto de Campo de Ourique, mas aquela zona da cidade escapou intacta, mesmo à tangente... É a versão mais romântica, diria eu — e a de que mais gosto.
Mas uma outra teoria diz que, na Lisboa oitocentista, os limites da cidade se assinalavam dentro deste bairro, na Rua Maria Pia. Tudo o que ficasse fora do vale de Alcântara era já «fora de portas». Campo de Ourique, com excepção do Casal Ventoso, ficava em Lisboa, sim, mas apenas resvés, ou seja, à justa..

in Puxar a Brasa À Nossa Sardinha

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PASSAR DEBAIXO DE UM ESCADOTE

Eu diria que esta superstição é válida para outras coisas, como, por exemplo, aqueles placares de sinalética que estão nos passeios. Eu não passo pelo meio. Mas isso sou eu. Já agora, e para que conste, também não passo pelo meio de um escadote. Mas porquê? A questão da segurança é óbvia. Alguma coisa nos pode cair em cima ou nós próprios fazermos cair a pessoa pendurada na escada. Mas só isso não faz uma superstição. Afinal porque causa má sorte passarmos por baixo de uma escada?
Se olharmos para uma escada ou um escadote encostados a uma parede, temos a forma de um triângulo, a figura geométrica emblemática da Santíssima Trindade. Atravessar e profanar esse triângulo lançava uma maldição, e atraía o Diabo, apenas exorcizada se mantivéssemos os dedos cruzados até vermos um cão ou cuspirmos num dos nossos sapatos. Mas há mais mezinhas para quando, por distracção ou azar, passar por debaixo de um escadote. Já agora, a superstição também tem origem nos enforcados que subiam uma escada até ao seu calvário.
Ora vamos lá às mezinhas: pode sempre dar uns quantos passos atrás e recuar, passando outra vez por debaixo do escadote, pedir um desejo, fazer figas e manter as figas até ver um cão...

in Cruz Credo Bate na Madeira

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FALTOU-TE UM BOCADINHO ASSIM

Outro anúncio, outra expressão que provavelmente só vai fazer sorrir uma percentagem dos meus leitores. Mas não faz mal. Penso que esta é daquelas que qualquer pessoa com mais de 25 anos se vai lembrar: o puto que no autocarro não conseguia chegar ao varão porque lhe faltava um bocadinho assim: e agora faça a forma da letra C usando o polegar e o dedo indicador. Era esse bocadinho que faltava ao miúdo para se conseguir agarrar aos apoios para quem viaja de pé num autocarro. Foi a partir dessa publicidade que passámos a usar a expressão sempre que ficávamos aquém de um objectivo, por exemplo. E qual era o produto publicitado? O iogurte Danoninho, que ajudava os miúdos a crescer.

in Da Boca Para Fora
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  • Notas biográficas

Nasceu em Lisboa em 1978 mas dividiu a infância e a adolescência entre Torres Vedras, Funchal e Faro. Se lhe perguntarem de onde é, dirá que do Algarve. Estudou na capital e de finalista da primeira turma de Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social passou diretamente, como estagiária, para o grupo de fundadores da SIC Notícias, no Verão de 2000. Esteve onze anos na SIC, oito na CMTV e atualmente faz parte da equipa do Jornal da Uma da TVI.

Andreia Vale foi aluna na Escola Tomás Cabreira.


  • Bibliografia




Andreia Vale, jornalista, é uma apaixonada por expressões idiomáticas, aquelas que nos saltam da boca sem sabermos como.

Puxar a Brasa à nossa Sardinha é o primeiro livro que escreve, em 2015, onde reúne algumas expressões que estão sempre à mão de semear. São democráticas, usadas por todos nós. Claro que, para as reunir estas expressões, a autora teve de passar as passinhas do Algarve pois este universo é como um poço sem fundo.

Cruz Credo é o seu segundo livro que escreve em 2016. É interessante e até divertido pois permite descobrir o que está por trás de várias superstições conhecidas.

Da Boca para Fora é o terceiro livro que escreve em 2019, sobre palavras portuguesas, adotadas, importadas que nos causam fornicoques quando as dizemos. São palavras que usamos no dia-a-dia sem conhecer a sua origem e as suas histórias.